quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Próximas grandes idéias da tecnologia podem vir das menores

Cinco anos depois do fim do movimento de expansão acelerada da internet, há poucas idéias milionárias ou mesmo bilionárias no ar e ernetalguma choradeira. Mas isso não significa que não há tecnologias capazes de surpreender os consumidores. Acontece que as pessoas estão descobrindo maneiras mais eficientes de realizar essas inovações. Talvez isso ocorra porque nunca foi tão fácil como agora criar tecnologias híbridas potentes que misturam componentes de hardware, usam um pouco de código de software emprestado e exigem apenas alguns milhares de dólares de investimento.

De simples sites que permitem usuários compartilharem fotos ou abrirem suas próprias emissoras de rádio a televisões interativas que reúnem uma grande variedade de conteúdo, a nova geração de inventores não está contando com uma grande oferta de ações para bancar suas idéias. Ao aproveitar computadores de baixo custo, software livre e conexões de alta velocidade com a internet, a próxima geração de inovações pode não vir de grandes fundos de investimentos ou de importantes laboratórios de pesquisas. "Agora as pessoas com uma boa idéia estão decidindo assumir riscos de 10 mil dólares em vez de 10 milhões de dólares. Se a idéia não se pagar, elas partem para outra", disse Justin Chapweske, 26, fundador e presidente-executivo da Onion Networks. "O custo do fracasso hoje é muito menor."

Idéias diferenciadas: A Onion fornece tecnologia para acelerar transmissões de vídeo em redes corporativas, permitindo que os usuários assistam a um vídeo sem necessidade baixá-lo de maneira completa. Apesar de seu próprio negócio precisar de altos investimentos em uma rede de computadores que acelera a entrega de vídeo, Chapweske se considera como um facilitador de inovações de baixo custo.

"Na web de hoje, você não precisa mais construir todos os componentes de seu sistema", disse o especialista em tecnologia Tim O'Reilly, autor de uma popular série de manuais de informática. Sua empresa recentemente lançou uma revista chamada Make, uma espécie de guia para hackers interessados em informações detalhadas sobre, por exemplo, como fazer uma fotografia aérea com pipas e câmeras digitais. Tim Halle e seu amigo Jeremy Roberts recentemente introduziram o que chamam de "plataforma simples para televisão interativa" que usa componentes eletrônicos e código de programação simples.

O sistema, que deve ser vendido por menos de 600 dólares, permite que não apenas programas de TV sejam gravados, como também pode ser facilmente programado para buscar na web qualquer tipo de vídeo, foto ou site. O Projeto para Mídia de Código Aberto (POSM, na sigla em inglês), foi criado para a era quando qualquer pessoa com uma câmera de vídeo de 200 dólares, ou um celular com câmera, poderá se tornar uma emissora de TV.

Halle conta com software aberto que ele pode usar gratuitamente, como um navegador de internet Firefox, o programa de mídia QuickTime para Linux e um player que executa qualquer tipo de vídeo para criar um sistema que funciona como um gravador digital vendido atualmente por grandes operadoras de TV por assinatura.

Outro inovador é Evan Willians, que ajudou a lançar o mecanismo de produção de blogs Blogger, vendido mais tarde para o Google. Ele está trabalhando com um pequeno grupo de desenvolvedores em São Francisco para criar o Odeo, um programa que promete tornar qualquer pessoa com um gravador e um microfone em uma estação de rádio, capaz de editar e compartilhar mídia digital. Os ouvintes podem baixar programas de áudio para seus iPods ou outros players de música, conceito conhecido como "podcasting".

"Estamos nos ombros de gigantes", disse Halle a respeito da forma como os inventores estão reciclando tecnologias existentes em novos aparelhos e serviços. O norte-americano Mark Spencer tinha 21 quando decidiu fazer um sistema de telefonia para si próprio usando Linux e US$ 4 mil. O sistema, chamado Asterisk, evoluiu de um projeto caseiro para um substituto completo de uma central telefônica, capaz de gerenciar chamadas da internet, e-mails e até videofones. Spencer não cobra nada pelo sistema básico, criado inteiramente com software. O Asterisk está sendo usado por uma companhia de serviços financeiros de Boston que tem 40 mil funcionários em várias regiões do mundo, do Brasil à África. Agora, com 27, Spencer busca conseguir dinheiro ao produzir uma versão totalmente testada, com todas as funções que empresas precisam e que é mais barata que sistemas fabricados por grandes nomes como Nortel ou Lucent.

Satisfação em inovar: Por mais estranho que pareça, esta nova geração de inventores não busca ficar rico. Eles começam a produzir tecnologia para satisfazerem desejos pessoais e de seus amigos. Se um milhão de pessoas a usa, tudo bem, pode ser que isso os ajude a largar seus empregos.

http://www.starta.com.br/informe/16/tecnologia.asp

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